"Quid Rides? De te fabula narratur." Horácio.

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Volta à blogosfera em prancha


Surf

Em primeiro lugar, os parabéns a quem são devidos. Três anos de marretada e um de insurgências. ( P.S. E dois blasfemos anos também.)
A ler -e a ver -, no Anjos e Demónios, a série "Só um ceguinho não vê que o Irving tem razão".
Francamente, caro Luís, já há bastante tempo que desisti de tentar encontrar utilidade para Barthes, mas parece-me uma ocupação condigna.
Finalmente, quanto às várias fobias que se vêem no caso do homicídio no Porto, no meu dicionário, catorze palermas a bater em alguém chama-se cobardia. Se esse alguém, ainda por cima, não estiver em condições de se defender, chama-se cobardia qualificada. Se quiserem criar uma lei especial para isso...

Divo respondi


Brando

Para que haja contraditório, para garantia da liberdade de expressão e para que a Charlotte não seja acusada de divofobia ou de qualquer outra fobia - o que, como se sabe, está mais em voga hoje em dia do que o Ipod nano - o Quid contra-ataca e dá voz aos divos. E começamos muitíssimo bem com esta brandíssima pérola:


“With women, I've got a long bamboo pole with a leather loop on the end. I slip the loop around their necks so they can't get away or come too close.
Like catching snakes.”


Carnaval


Carnaval

Já escolhi a máscara para o Carnaval.
Vou de party pooper.
Sem fato de banho e sem sambar.

domingo, fevereiro 26, 2006

I'm so vain...*


Elis Regina

Porque o vento ventando já traz Março, embora não o fecho do Verão mas a sua promessa, esta semana na Vanity Jukebox correm as "Águas de Março" de Tom Jobim pelo próprio e pela fabulosa Elis Regina.


Águas de Março
É pau, é pedra, é o fim do caminho, É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol, É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba do campo, o nó da madeira, Caingá, candeia, é o MatitaPereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira, É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira, É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira, Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira, Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão, É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho, No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto, é um pingo pingando, É uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando, É a luz da manhã,é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada, É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama, É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã, É um resto de mato,na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão, É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho, É um resto de toco, é um pouco sozinho
É uma cobra, é um pau, é João, é José, É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão, É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho, É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã, É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão, É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho, É um resto de toco, é um pouco sozinho
É pau, é pedra, é o fim do caminho, É um resto de toco, é um pouco sozinho
Pau, pedra, o fim do caminho, um resto de toco, um pouco sozinho
Pau, pedra, o fim do caminho, um resto de toco, um pouco sozinho

*I probably think this song is about me.

We hold these truths to be self-evident IX


Ler

9. O direito de ler em voz alta


Quem nunca ouviu um livro, nunca leu.

I Am a Camera


Isherwood

"I am a camera with its shutter open, quite passive, recording, not thinking. Recording the man shaving at the window opposite and the woman in the kimono washing her hair. Some day, all this will have to be developed, carefully printed, fixed."
Christopher Isherwood, Goodbye to Berlin, 1939

Não entrando num debate acerca dos cânones (o de Harold Bloom está, obviamente, errado como qualquer cânone estaria), nunca consegui entender a menorização de Isherwood. Entre os anos da República do Weimar que a sua câmara tão bem retratou nas Berlin Novels, as amizades com o genial Auden ( com quem acabaria por ir para os Estados Unidos), Stephen Spender e outros do MacSpaunday, Stravinsky, Russell etc. e a conversão ao Vedanta parecem haver muito boas razões para que estes seus diários tenham vindo parar à minha mesa de cabeceira, E hão-de vir parar aqui posts sobre eles.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Publicidade Totalmente Grátis


Psic


Pelo menos um dos artigos já sei que é excelente.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Caracóis, Sandálias e Traições (c)


Áugures

Com Pompeu não "refugiado na sua própria terra", como Cícero pensava, mas sim em "manobras" (presume-se que estratégicas), César começa a legitimar-se: de criminoso que atravessou o Rubicão armado a salvador da República é um saltinho. Como sempre dão jeito duas coisas: ter os deuses do nosso lado e dinheiro. Com os dois juntos - graças a Pulo que não foge para Puerto Banus com o ouro - compram-se os áugures, os pássaros voam na direcção certa e Júpiter está garantido.
Voreno não tem tanta sorte: Jano não está com ele e a oferta de Marco António de se tornar Prefeito dos Evocati parece melhor opção que a mercearia de bairro. Por outro lado, os augúrios para Niobe e o seu cunhado/amante também não parecem promissores.
Quem não vai cá em augúrios é Átia: se Octaviano anda com "anima" efeminada, há que comer testículos que os Julianos são machos de não deixar escapar uma única escrava.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

I'm so vain...*


James

I'm so alone tonight
My bed feels larger than when I was small
Lost in memories, lost in all the sheets and all old pillows
So alone tonight, miss you more than I will let you know
Miss the outline of your back, miss you breathing down my neck
All out to get you, once again, they're all out to get you, once again

Insecure, what ya gonna do
Feel so small, they could step on you
Called you up, answer machine, when the human touch
Is what I need, what I need is you, I need you

Looked in the mirror, I don't know who I am any more
The face is familiar, but the eyes, the eyes give it all away
They're all out to get you, once again, they're all out to get you
Here they come again

Insecure, what ya gonna do
Feel so small, they could step on you
Called you up, answer machine, when the human touch
Is what I need, what I need is you

Let me breathe, if you'd let me breathe
They're all out to get you, once again, they're all out to get you
James, Out to Get You na Vanity Jukebox.

* I probably think they're all out to get me

We hold these truths to be self-evident VIII


HTML Dog

8. O direito de saltar de livro em livro.

Não entendo como é que se pode falar de "livro de cabeceira". Assim, no singular. É suposto apetecer-me ler sempre a mesma coisa até terminar? A cabeceira é assim tão pequena que só suporta um livro? Ou será a cabeça? Eu queros LIVROS na cabeceira.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

O Mistério das T-Shirts


HTML Dog

Muito provavelmente, sou a única pessoa a quem isto causa espécie, mas existe nas t-shirts à venda no mercado nacional - e na Europa em geral - um mistério altamente irritante: quem é que escreve o que as marcas põem nas t-shirts?
A sério, comecem a reparar nas barbaridades que se vêem nas t-shirts e cedo perceberão que só há três regras básicas:
  • ser em (mau) inglês,
  • referir um qualquer desporto (de preferência aquático)
  • referir um local nos E.U.A. (embora exista também a variante Caraíbas).
Ainda hoje, na montra da Tiffosi , dei de caras com uma que dizia "Ultra Lube for Sporty Urbans New York". Em primeiro lugar, a que raio de "lube" -certamente ultra- se estarão a referir? Em segundo, que diabos é um "urban" - "sporty" ou não? Em terceiro, que sentido faz a junção? É que, se exceptuarmos o óbvio, não consigo pensar em nenhum desporto urbano que necessite de lubrificante. Finalmente, porquê Nova Iorque? Em Los Angeles não dá? E cá em Lisboa, não se muda o óleo?
Uma das especialistas no "t-shirt nonsense" é a Zara que nem sequer se dá ao trabalho de verificar se as equipas existem. Alguém, escondido algures na Galiza, inventa uma equipa qualquer de basebol ou de futebol americano ou usa uma que existe e adiciona-lhe um local, do género: "Florida 75ers Cheerleaders" ou "Go Minnesota 49ers". Obviamente, muitas das vezes não bate a bota com a perdigota: ele é o "Denver Surf Team" , ele é o "Orlando Ski Club" e por aí fora.
A nossa sorte ainda vai sendo que eles só conhecem meia dúzia de estados e, portanto, as vítimas habituais de ataques geográficos são a Califórnia - a julgar, por exemplo, pelo "Sacramento Sailing Club" o mar já chegou à capital - a Florida e o Hawaii, onde as ilhas se multiplicam a velocidade estonteante.
Mas a questão principal é a da responsabilidade: a quem é que eu me devo dirigir para explicar que nunca ninguém ouviu falar de uma "scuba diving team", muito menos em Puerto Rico. Quem é, afinal, o provedor dos leitores das t-shirts?

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

We hold these truths to be self-evident VII


Ler

7 - O Direito de Ler Não Importa Onde


Na praia, na neve, no campo ou no meio da avenida.
No café da esquina, no metro, na livraria ou nas escadas do centro comercial.
Na cama, no sofá, no jardim ou na cozinha enquanto ferve e não ferve.
Onde quiser, onde me apetecer, onde me der na gana.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Caracóis, Sandálias e Traições (c)


Pompeu

Notas soltas:
Átia: definitivamente no seu melhor. Para Timão. "Perfume, advice, what next?" ou a descarregar a fúria no escravo: "Will that be all, domina?". A morte de Glábio indicia um desejo de negociata com o casamento da filha. Há que ser pragmático: o amor é mau negócio.
Voreno e Pulo: "I love her and I require that she loves me back". Pobre Voreno, a pedir conselhos amorosos ao galã da 13ª enquanto Niobe recusa o amante. Por amor a Voreno, pela jura que fez ou simplesmente por receio? "He will kill every one of us".
Bruto devia levar duas bofetadas. Além de ser um invertebrado troca-tintas, aquilo não são maneiras de falar com a mãe e, aqui entre nós, precisa mais ele do Cireneu matulão do que Servilia.
Pompeu está tão convencido das suas capacidades militares que se esquece de as usar e acaba a abandonar a cidade "estrategicamente". "You have lost Rome without unsheathing your sword!" grita Catão em tom de castratto.
Só uma legião? Aparentemente, chega. César tem Roma. E agora? "I seek no tyranny. I am merely pursuing my rights." Or is he?

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

We hold these truths to be self-evident VI


Ler

6- O Direito de Amar os "Heróis" dos Romances
(em francês é o direito ao "bovarysme - maladie textuellement transmissible".)

Pela minha parte, continuo à espera que a Natasha Rostov perceba que sou o homem da vida dela.

Quid memória

Disse futebol? Futebol e religião?
Ó Prof. Freitas do Amaral, onde é que já ouvi isso?

domingo, fevereiro 12, 2006

I'm so vain...*


Morrissey

Na Vanity Jukebox já toca o estado do mundo.

Panic
Panic on the streets of London
Panic on the streets of Birmingham
I wonder to myself
Could life ever be sane again ?
The Leeds side-streets that you slip down
I wonder to myself
Hopes may rise on the Grasmere
But Honey Pie, you're not safe here
So you run down
To the safety of the town
But there's Panic on the streets of Carlisle
Dublin, Dundee, Humberside
I wonder to myself

Burn down the disco
Hang the blessed DJ
Because the music that they constantly play
It says nothing to me about my life
Hang the blessed DJ
Because the music they constantly play

On the Leeds side-streets that you slip down
Provincial towns you jog 'round
Hang the DJ, Hang the DJ, Hang the DJ

Panic, The Smiths

* this song is definitely about me.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

We hold these truths to be self-evident V


Ler

5- O direito de ler qualquer coisa.

Até cartoons sobre Maomé num supostamente obscuro jornal dinamarquês.
Ou a Margarida Rebelo Pinto numa perspectiva "mind-numbing, spirit-crushing"
(embora no Trainspotting, o Renton-Ewan estivesse a falar de programas de televisão).

Ámen

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Compreensão


Luz

Informa-me o Ministro dos Negócios Estrangeiros do resto dos portugueses de que é necessária compreensão entre o mundo ocidental e o "mundo árabe". Passando por cima do facto do MNE do resto dos portugueses se referir ao mundo islâmico como mundo árabe, informo o Sr. Ministro que não compreendo.
- Não compreendo que se desrespeitem os mais básicos direitos humanos em nome de uma religião controlada pelo Estado;
- Não compreendo que se tratem as mulheres como cidadãos de terceira;
- Não compreendo que os povos sejam governados por famílias autocráticas ou por pseudo-religiosos;
- Não compreendo que se condenem pessoas à morte devido à sua sexualidade;
Não compreendo estas e muitas mais coisas, mas talvez o Sr. Ministro possa tentar obter essa compreensão no outro lado e levar os países islâmicos a compreender que:
- as igrejas e o Estado são coisas diferentes;
- a liberdade (incluindo a religiosa) é essencial;
- a democracia não é negociável;
- e que os cidadãos são todos iguais.
Já teríamos uma bela plataforma de compreensão.

Última Hora

We hold these truths to be self-evident IV


Ler

4- O Direito de Reler

Como?
Não é possível!
Mas ele afinal...
E ela não era... ?
Mas que raio!
Onde estava aquela frase fantástica?
Olha! Já li isto há tanto tempo.
Já não me lembro bem, mas no livro não era assim.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

We hold these truths to be self-evident III


Ler

3- O Direito de não Terminar um Livro

Já não tenho idade para masoquismos: se é mau, assumo o erro e fecho-o.

Só é pena não termos um bom mercado de usados porque sempre recuperava umas coroas.
E também há os outros, os que não queremos terminar para não nos separarmos das personagens; para não sabermos o fim; para continuarmos naquele universo só mais um bocadinho.

* baseado nos "Direitos Inalienáveis do Leitor" expostos por Daniel Pennac em "Como um Romance"

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Dedicado a Freitas sem Espada à Cinta V


Rei Mouro

Em vós os olhos tem o Mouro frio,
Em quem vê seu exício afigurado;
Só com vos ver o bárbaro Gentio
Mostra o pescoço ao jugo já inclinado;
Tethys todo o cerúleo senhorio
Tem para vós por dote aparelhado;
Que afeiçoada ao gesto belo e tenro,
Deseja de comprar-vos para genro.
Luís de Camões, Os Lusíadas

Dedicado a Freitas sem Espada à Cinta IV


Mouro

E vós, ó bem nascida segurança
Da Lusitana antígua liberdade,
E não menos certíssima esperança
De aumento da pequena Cristandade;
Vós, ó novo temor da Maura lança,
Maravilha fatal da nossa idade,
Dada ao mundo por Deus, que todo o mande,
Para do mundo a Deus dar parte grande;
Luís de Camões, Os Lusíadas

"temor da Maura lança"?
Estará a chamar-lhes terroristas?
A fomentar guerras religiosas?
Licenciosidade.

Dedicado a Freitas sem Espada à Cinta III


Infidel

Dedicado a Freitas sem Espada à Cinta II


HTML Dog

Dedicado a Freitas sem Espada à Cinta I


HTML Dog

Respeitinho


Piss Christ

"Portugal lamenta e discorda da publicação de desenhos e/ou caricaturas que ofendem as crenças ou a sensibilidade religiosa dos povos muçulmanos."
A liberdade de expressão, como aliás todas as liberdades, tem como principal limite o dever de respeitar as liberdades e direitos dos outros.
Entre essas outras liberdades e direitos a respeitar está, manifestamente, a liberdade religiosa – que compreende o direito de ter ou não ter religião e, tendo religião, o direito de ver respeitados os símbolos fundamentais da religião que se professa.
Para os católicos esses símbolos são as figuras de Cristo e da sua Mãe, a Virgem Maria.
Para os muçulmanos um dos principais símbolos é a figura do Profeta Maomé.
Todos os que professam essas religiões têm direito a que tais símbolos e figuras sejam respeitados.
A liberdade sem limites não é liberdade, mas licenciosidade.


Este português discorda, não da publicação, mas do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros. Permita-me a licenciosidade que me é permitida por lei e que o Sr. Ministro, obviamente, ignora:
  • Maria era tão Virgem como Maria Madalena.
  • Jesus andava metido em alucinogénios que o levavam a pensar que fazia milagres.
  • Maomé estava nas grutas não a orar, mas a preparar um ataque bombista congra Bizâncio.
  • E o Sr. Ministro é um cobardolas disposto a entregar direitos - que muito custaram a conquistar - de mão beijada a meia dúzia de animais com bombas.
  • Mande-me prender.

P.S. Até ponho cor no blogue para que se veja bem o Piss Christ de Andres Serrano.

Caracóis, Sandálias e Traições (c)


Tito Pulo

Na construção da narrativa de Roma foi tomada uma opção interessante de envolver um, aparentemente insignificante, soldado como catalisador de uma série de eventos cruciais na História - uma espécie de Forrest Gump de sandálias.
Ontem já vimos como, por causa de Tito Pulo, a República se prepara para a guerra. Mas também já percebemos que a sua insignificância é só mesmo aparente: Pulo é a República (ou uma parte dela): impulsiva, dissoluta e devassa. Não é por acaso que, no jantar em casa de Átia, é Pulo o defensor de César: "Never mind the law. Rome needs a strong man with a new broom."
A outra República, a ideal, é a de Lúcio Voreno, a antítese de Pulo. Enquanto Pulo vai para o bordel, Voreno vai ter com a família; um investe os espólios da guerra, o outro joga-os; um defende a invasão de Roma, o outro a divindade da República, ainda que seja ao lado de Catão. Será da fusão desta antítese que surgirá a Roma de César.
Outros pontos:
- Cícero é um banana.
- Catão, como todos os fanáticos, não prevê as consequências.
- Pompeu é só inábil? Ou equivocado, segundo a Cláudia.
- Marco António entediado e um bocadinho entediante.
- Átia cada vez melhor. Vende a filha a caprichos e troca de lealdades tão rápido como de parceiros sexuais.
- Será Octaviano (note taken) o típico bloquista, a "esquerdinha liteira"? A Charlotte confirma que sim, é mesmo "um desastre completo".
- Niobe.... Reencontro ou recompensa?
- Convenhamos que a operação foi fácil porque não havia grande coisa no caminho. O forte de Tito Pulo não é a cabeça.

Capitalism for Dummies


David Golias

Ninguém dormiu na PT. Na mais arrogante e pior gerida das empresas portuguesas, protegida por golden shares vergonhosas e negociatas que lhe permitiram continuar num monopólio de facto, a ideia do mercado funcionar nunca lhes tinha ocorrido. O Ministro da Economia também não pregou olho. Vai ter de justificar a manutenção das golden shares que a União Europeia não aprova ou perder o controlo de uma empresa supostamente estratégica - o que quer que isso seja.
Belmiro é o verdadeiro capitalista nacional e sabe que uma empresa mal gerida é uma boa compra desde que a possamos gerir convenientemente: é por isso que quer o Estado de lá para fora. O facto dessa empresa ser um monstro é irrelevante desde que haja quem financie a compra. Belmiro acredita no mercado e é por isso que é o maior. O Maior.
Agora só falta o Banif ou o BPN comprarem a CGD para eu voltar a acreditar no mercado português.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

We hold these truths to be self-evident II


Ler

2- O Direito de Saltar Páginas
Quem nunca o fez, que atire o primeiro "Ulisses"!

* baseado nos "Direitos Inalienáveis do Leitor" expostos por Daniel Pennac em "Como um Romance"

I'm so vain...*


Waterboys

Man gets tired
Spirit don't
Man surrenders
Spirit won't
Man crawls
Spirit flies
Spirit lives when man dies

Man seems
Spirit is
Man dreams
The spirit lives
Man is tethered
Spirit is free
What spirit is man can be

Spirit, Waterboys

* I probably think this song is about cartoons
.

domingo, fevereiro 05, 2006

Algo está podre, mas não é na Dinamarca


Viking

Não posso dizer o quê?

Adenda: Já há uma viquingue preparada em Madrid.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

We hold these truths to be self-evident


ZZZZ

1-O Direito de Não Ler
Trata-se do mais importante dos direitos do leitor. Porque os livros são chatos, porque não se gosta do autor, porque o tema é entediante ou, simplesmente, porque não nos apetece.
Pode-se exercê-lo de forma soft, levando o livro para todo o lado e usando-o como base para quentes na esplanada, encosto de cabeça na praia ou - por que não? - como calço para uma cadeira desequilibrada no alpendre; ou de forma convicta: eu, por exemplo, reservo-me este direito não só para os já publicados, mas também para todos os livros futuros de Saramago.

* baseado nos "Direitos Inalienáveis do Leitor" expostos por Daniel Pennac em "Como um Romance"

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Cidadania


Teresa e Lena

Independentemente da decisão do(a) Conservador(a) que, muito provavelmente, vai seguir a lei.
Independentemente do circo mediático que vai, certamente, gerar.
Independentemente das opiniões de cada um acerca do casamento e da sua aplicabilidade enquanto contrato ou momento sagrado de comunhão.
Independentemente do que se pense da constitucionalidade do artigo do Código Civil.
Independentemente da ideia ter partido originalmente de um advogado com queixa e sem queixoso.
Independentemente de tudo isto e de tudo o mais, a decisão de duas mulheres de tentarem casar é, acima de tudo, uma lição de coragem e de cidadania.
Se os eleitos não defendem os nossos direitos, defendamo-los nós, ainda que seja contra os eleitos.
Num país de profunda apatia dos cidadãos, só isso já merece uns sinceros: Parabéns!

Que la vida es un Carnaval!


Carnivale

A primeira vez que ouvi falar no Carnivàle foi através da Charlotte que, há alguns meses, comentou a série no Bomba. Na altura, procurei o DVD e encontrei-o a um preço pouco razoável nos Estados Unidos e a série caiu no esquecimento. No Natal, alguém de indubitável bom gosto, ofereceu-me a caixinha na versão portuguesa. E lá tem estado, de plantão ao lado do DVD, à espera de tempo. Acontece que ontem, na conversa sobre o Roma, voltou a surgir o Carnivàle - o genérico para ser mais preciso. Ainda por cima, por três a um - coincidência? I don't think so.
Obviamente, quando cheguei a casa, o DVD saiu finalmente da caixa e, como é evidente, eles tinham razão. Há, de facto, muitas semelhanças entre os genéricos, até porque foram criados pela mesma empresa (e o de Deadwood também).
Mas que dizer então do primeiro episódio de Carnivàle? A primeiríssima impressão foi que estava perante um texto de Steinbeck: uma quinta falida que um banco reclama, a miséria de Ben a enterrar a mãe à frente de casa, os trabalhadores temporários de Oklahoma na Califórnia ("the promised land") são "As Vinhas da Ira" reloaded.
No entanto, as semelhanças entre os sharecroppers e os carnies ficam-se por aqui. Os últimos têm segredos e capacidades ocultas que presumo vir a descobrir nos episódios seguintes. São uma espécie de X-Men avant la lettre. Neste episódio já se viu como Ben - qual Jesus do Dust Bowl - devolve o andar a uma menina. Falta ver o Mal que já se adivinha.