"Quid Rides? De te fabula narratur." Horácio.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

I'm So Vain...*


Aimee

Porque sim. Porque me lembrei do Magnólia na noite dos Óscares ao pensar na injustiças da Academia. Porque não sei onde anda a Julianne Moore e nunca mais ouvi nada da Aimee Mann, fica aqui o "Wise Up" na Vanity Jukebox.

It's not
What you thought
When you first began it
You got
What you want
Now you can hardly stand it though,
By now you know
It's not going to stop
It's not going to stop
It's not going to stop
'Til you wise up

You're sure
There's a cure
And you have finally found it
You think
One drink
Will shrink you 'til you're underground
And living down
But it's not going to stop
It's not going to stop
It's not going to stop
'Til you wise up

Prepare a list of what you need
Before you sign away the deed
'Cause it's not going to stop
It's not going to stop
It's not going to stop
'Til you wise up
No, it's not going to stop
'Til you wise up
No, it's not going to stop
So just...give up

* I probably think tis song is about me.

Idiossincrasia Matinal


Autarcas

Fátima Felgueiras está enganada.
O que não falta no país são autarcas preocupadíssimos com a lei.
Preocupados em passar por cima dela.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Red Carpet


São estas as fotos do Red Carpet?
A da esquerda está de Galliano?

Jabuticaba - Só dá no Brasil II

Idiossincrasia Matinal


Patins

A ONU é mais ou menos como a patinagem artística: não é que tenha grande interesse, mas as voltas, piruetas e saltinhos sempre servem para entreter o povo. É pena nunca saírem do lugar.

domingo, fevereiro 25, 2007

Celulóide


Iwo Jima

Se este filme não for premiado hoje, comete-se uma enorme injustiça.
Das melhores coisas dos últimos tempos e, sem dúvida, a melhor do ano.

P.S. A Academia preferiu redimir-se de erros do passado e dar o Óscar de melhor filme ao realizador e não ao filme em si. Fez mal.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Idiossincrasia Matinal


Comboio

Lisboa, Sintra, Lisboa.
João Soares é o verdadeiro candidato CP.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Jabuticaba - Só dá no Brasil


Só dá no Brasil

Depois da escandaleira no Metro de São Paulo, o presidente fez o que já deveria ter feito há muito tempo e demitiu-se. Obviamente, já começou a análise rigorosa de currículos para a sucessão. Atente-se nos candidatos:

Hepburn, baby, burn VII


A teoria divesca divide-se quanto à génese da Diva. A escola Tradicionalista, também conhecida como Naturalista, defende que ser Diva é inato, que uma análise do ADN na maternidade já nos indicaria claramente quem são as predestinadas. A escola Ambientalista, pelo contrário, afirma que é normalmente durante a infância que se criam as mini-Divas devido a uma exposição excessiva a filmes da Bette Davies ou a tias obcecadas por sapatos Prada. De qualquer forma, as características podem desenvolver-se bastante mais tarde desde que se verifique um evento divinizante como o Burt Lancaster a afirmar "You're pretty!" a uma solteirona,




-You're a woman, believe in that
-How can I, when no one else will?
-You've got to believe it first. Lizzie, let me ask you: are you pretty?
-No, I'm plain!
Burt Lancaster e Katharine Hepburn em The Raimaker

Idiossincrasia Matinal


Touché

De Espanha nem bom vento, nem bom casamento.
Touché
.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Idiossincrasia Matinal


Brasil

A pena de morte existe no Brasil, mas só para nós, que vamos trabalhar todos os dias e passamos pelos corredores da morte. Nós que esperamos os nossos filhos na porta dos colégios, nós que saímos de casa, mas na verdade saímos para o paredão de execução. Nós que não temos ONGs que nos protejam, não temos os direitos humanos que nos abracem, não temos inserção social. Nós que só temos de ser executados. Nós, a quem só resta enterrar os filhos.
Carta de um leitor na Veja desta semana sobre a mais recente selvajaria no Rio de Janeiro ou a tragédia de um país invertido.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Esquiringuidum - Crónicas do Brasil X


Torres
Descubra o farol
Dia I:
Fresquinho - a chuva que caía ajudou bastante - e esperançado, saí à descoberta de Porto Alegre começando pelo Centro, onde me dizia a menina do Turismo haver muita coisa de interesse cultural. Não me enganou. Quem estiver interessado em fazer um mestrado em barbárie urbanística com especialização em selvajaria arquitectónica deve visitar o centro de Porto Alegre. Se quiser entreter as crianças - e elas forem do género que não desiste com facilidade - pode sempre jogar ao "descobre dois prédios da mesma altura". Os edifícios de interesse (Palácio Piratini ou Catedral Metropolitana, entre outros) estão totalmente asfixiados no meio do lixo que os rodeia. O melhor exemplo é o Viaduto Otávio Rocha em cima do qual algum iluminado autorizou a construção de uma torre indescritivelmente feia. É um caos tal de cimento sujo que dá vontade de aplaudir os arquitectos da Câmara da Amadora pelo bom trabalho na Brandoa. Ultrapassa-me por que razão no Brasil decidiram que o centro das cidades é para apodrecer lentamente enquanto constroem cada vez mais bairros na periferia, mas tem de se lhes reconhecer capacidade de desaproveitar localizações idílicas. Poucas cidades têm uma localização tão privilegiada como Porto Alegre e pouco mais poderia ter sido feito para a ignorar.
Horrorizado, fugi da cidade em direcção à serra gaúcha e às meninas dos olhos: Gramado e Canela. Sim, são limpas - um plus no Brasil. Sim, parecem alemãs, mas alemãs em Las Vegas. Tão bonitas como o castelo da EuroDisney e tão falsas também. A serra é lindíssima e vale bem a visita pelas estradas ladeadas de plátanos e pinheiros e pelas pequenas povoações serranas.
Dia II:
Mal recuperado da experiência do dia anterior, voltei a fugir de Porto Alegre, desta vez em direcção à costa para ir conhecer as praias gaúchas. Mais uma vez, a paisagem é fabulosa: planícies gigantescas estendem-se até à costa cortadas por inúmeros lagos e ladeadas pela serra. A primeira paragem - das mais rápidas que já fiz na vida - foi em Tramandaí, Tramerdaí ou Quarteira-é-linda, como preferirem. Dez minutos depois já estava a caminho de Torres - a estrela da costa - passando por várias praias lindíssimas que vão caindo uma a uma nas mãos de condomínios fechados que só não constroem em cima da areia porque as casas não aguentavam tempo suficiente para serem vendidas. Torres é mais um exemplo do desprezo local pelo património. Além da localidade ter sido destruída por torres - perdoem o trocadilho - ainda se lembram de arrasar o farol local - ponto turístico principal - colocando ao lado várias antenas e uma torre de telefone da Brasil Telecom com o dobro da altura.
Dia III:
Teimoso, peguei no Guia Quatro Rodas e parti à descoberta da faixa de terra entre a Lagoa dos Patos e o Atlântico. Encontrei quilómetros de dunas, pequenas lagoas e terrenos agrícolas, bem como praias lindíssimas. Depois do Parque Nacional da Lagoa do Peixe voltei reconciliado com o Rio Grande do Sul.
Dia IV:
O mais frustrante nas cidades brasileiras é a total esquizofrenia urbana. Quem passear no bairro dos Moinhos de Vento dificilmente acreditará estar em Porto Alegre. Mas mesmo na "Calçada da Fama", como chamam à rua que concentra cafés e restaurantes simpáticos, falta a infra-estrutura básica: quem decidiu que a iluminação das ruas à noite era opcional? É certo que as cidades brasileiras são seguras, mas ainda assim.
Em suma, por enquanto mantém-se o mote: We'll always have Floripa.

PS: Passear no Rio Grande do Sul sai caro porque o falido governo local cobra portagens em todas as estradas por mais esburacadas que estejam. E não cobra barato: por oitenta e poucos quilómetros de má estrada com uma faixa em cada sentido
entre Viamão e Pinhal - concessionada (?!) a uma empresa que se deve limitar à cobrança das portagens - pagam-se mais de cinco reais (cerca de dois euros). Para ir a Gramado ou Canela em "rodovias" com semáforos a meio, avisos de "pedestres" e carroças pagam-se oito reais e ainda somos obrigados a abrandar para sessenta cada vez que passamos por um posto da polícia. Presumo que seja uma espécie de vénia às autoridades.

Celulóide (Desperdiçado)


Little Children

Odeio quando um filme começa bem - até parecia uma espécie de American Beauty -, faz as minhas expectativas acelerar e depois estampa-se numa curva a 200 km/h.
Odeio o desperdício do que poderia ser um bom argumento.
Odeio o moralismo parolo que faz acabar um filme destes de uma forma patética, absurda e totalmente inverosímil.
Odeio quando actores que já não via há uns tempos (desde os "Anjos na América") se metem em coisas destas e me fazem deitar dinheiro fora.
Odeio os prémios dos labregos da crítica independente (este filme tem vários) tanto como os da crítica dependente.
Quero o meu celulóide de volta para reciclagem.

sábado, fevereiro 17, 2007

Esquiringuidum - Crónicas do Brasil IX


Porto Alegre

Não vim de
zeppelin, mas talvez tivesse sido mais rápido. É certamente uma originalidade brasileira esta coisa de se anunciar nos alti-falantes que não se sabe a hora de embarque de voo nenhum e que alguns até vão embarcar noutro aeroporto porque o tráfego aéreo é intenso. Normalmente, o tráfego aéreo é uma coisa planeada. No Brasil, não. Os aviões surgem todos de repente em Congonhas, sabe Deus vindos de onde, deixando os pobres controladores e os senhores da Infraero sem a menor ideia sobre o que fazer porque o aeroporto não tem capacidade para tantos aviões. Felizmente, acertaram no aeroporto do destino. Vamos lá ver se há megeras por aqui.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Happy Valentine's Day*


Johnny: How many men have you forgotten?
Vienna: As many women as you've remembered.
Johnny: Don't go away.
Vienna: I haven't moved.
Johnny: Tell me something nice.
Vienna: Sure. What do you want to hear?
Johnny: Lie to me. Tell me all these years you've waited...
Vienna: All these years I've waited.
Johnny: Tell me you'd have died if I hadn't come back.
Vienna: I would have died if you hadn't come back.
Johnny: Tell me you still love me like I love you.
Vienna: I still love you like you love me.

* Com dedicatória e copyright da Patsy.

Idiossincrasia Matinal


Vinil

I'm sorry that you are unable to send a gifted playlist to your friend in the United States. I have researched this issue and consulted with fellow team members and, at this time, the iTunes Store does not support gifting music overseas.
This is also very similar to when purchasing iTunes Gift Cards. When you purchase an iTunes Gift Card, it must be redeemed in the same country it was purchased in.
Once again, Jose, I apologize for the frustration this issue has caused you. Thank you for your interest in the iTunes Store.

Sincerely,
Christopher
iTunes Store Customer Support

Alguém disse "Globalização"?
Ha!
Os parolos da Apple continuam a vender discos no bairro.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Hepburn, baby, burn VI


Youth has its hour of glory... but too often it's only a morning glory, the flower that fades before the sun is very high.


Katharine Hepburn desmente a afirmação em Morning Glory. Sabemos que a candura é falsa, mas a Diva torna-a tão irresistível que acreditamos na mesma. Especialmente quando comparada com a wannabe vestida de couve-flor

Idiossincrasia Matinal


Trampolim

Estou a ver isso tremido.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

I'm so vain*


Black Eyed Peas


[Chorus]
We're trying to take it slow
But we're still losin' control
And we're trying to make it work
But it still ends up the worst
And I'm craaazzzy
For tryin' to be your laaadddy
I think I'm goin crazy

Girl, me and you were just fine (you know)
We wine and dine
Did them things that couples do when in love (you know)
Walks on the beach and stuff (you know)
Things that lovers say and do
I love you boo, I love you too
I miss you a lot, I miss you even more
That's why I flew you out
When we was on tour
But then something got out of hand
You start yellin' when I'm with my friends
Even though I had legitimate reasons (bull shit)
You know I have to make them dividends (bull shit)
How could you trust your private eyes girl
That's why you don't believe my lies
And quit this lecture

[Chorus]

Why does emotion gotta move so fast
Love is progress if you could make it last
Why is it that you just lose control
Every time you agree on takin' it slow
So why does it got to be so damn tough
Cuz fools in lust could never get enough of love
Showin' him the love that you be givin'
Changing up your livin'
For a lovin' transition
Girl its a mission tryin' to get you to listen
Few mad at each other has become our tradition
You yell, I yell, everybody yells
Got neighbors across the street sayin'
“Who the hell?!?”
Who the hell?
What the hell's going down?
Too much of the bickering
Kill it with the sound and

[Chorus]

Girl our love is dyin'
Why did you stop tryin'
I never been a quitah
But I do deserve betta
Believe me I will do bad
Let's forget the past
And let's start this new plan
Why? Cuz it's the same old routine
And then next week I hear them scream
Girl I know you're tired of the things they say
You're damn right
Cuz I heard them lame dame excuses just yesterday
That was a different thing
No it ain't
That was a different thing
No it ain't
That was a different thing
It was the same damn thing
Same ass excuses
Boy you're useless
Woooaaahhh!!!

[Chorus]

Stop the talking baby
Or I start walking baby
Is that all there is?

Shut Up, Black Eyed Peas roda para o Sim e para o Não na Vanity Jukebox

* I bet I think this song is about me.

Hepburn, baby, burn V

Uma diva tem de deixar as regras bem claras aos súbditos. Não há lugar para escolhas múltiplas:
Love me, little lamb, or leave me.



Katharine , aka, Leonor da Aquitânia, dá um baile medieval a Peter O'Toole em The Lion in Winter.

Idiossincrasia Matinal


HTML Dog

Ao que parece, o país deu ontem o grande salto para a modernidade. Os portugueses estão tão à frente que a maioria até já acha que pode votar por telepatia.

domingo, fevereiro 11, 2007

Esquiringuidum - Crónicas do Brasil VIII


Barra do Una
Afinal São Paulo tem um lado óptimo. Ainda estou a recuperar do choque. Já cá venho.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Idiossincrasia Matinal


Abertura

"Sua oração: Senhor, permita que eu seja mais aberto às idéias dos outros, mesmo que eles estejam sempre errados."
E não é que há testes que estão certos?

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Idiossincrasia Matinal


Queda

À distância, assisto ao pretenso debate sobre o referendo - no qual não vou poder votar, graças à arcaica legislação da CNE que quer os cidadãos todos quietinhos na sua freguesia - cuja qualidade está em queda livre.
Entre o infantil desejo de pertença ao grupo (os do não e os do sim, rua de cima contra rua de baixo), o provincianismo dos argumentos e as tiradas moralistas de ambos os lados, não se poderia fazer o referendo já hoje?

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Hepburn, baby, burn IV


Direitos inalienáveis da Diva:
- Fazer birras;
- Tratar mal os outros (aka, súbditos);
- Ser cabra - é para isso que lhes pagam;
- Não sofrer quaisquer consequências.



Cary Grant comete crime de lesa-Diva em The Philadelphia Story.

Idiossincrasia Matinal


Tunga

O ex-invicto Dunga já encontrou a razão da derrota de ontem e entra, com esta pérola, para os anais dos truísmos futebolísticos :
Sofremos contra-ataque quando tínhamos a posse de bola.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Hepburn, baby, burn III


A verdadeira Diva assume o estatuto inato que lhe pertence, sem falsas modéstias e com a clara consciência que, para caminhar entre os meros mortais, tem de descer até eles.
When you descend it's like the goddess from the machine.



Katharine Hepburn desce até Montgomery Clift em Suddenly, Last Summer.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Hepburn, baby, burn II


A grande diferença entre as Hepburns e as outras é encontrarem-se numa categoria completamente à parte. As outras são "wannabes", actrizecas e, algumas, até mesmo actrizes, mas nenhuma chega ao nível de Diva (assim, com maiúscula e tudo).


Katharine ilustra de forma cristalina esta diferença no excerto abaixo, seguindo à letra as regras básicas de uma Diva: "sou linda de morrer e o mundo gira à minha volta". As patéticas tentativas de ser "razoável" ou "lógico" com uma Diva, só poderiam ter uma resposta deste calibre:

Oh, David, don't be irrelevant. The point is, I have a leopard. The question is what am going to do with it?

A que se segue uma magnífica utilização da ferramente mais útil e típica da Diva: o drama.


Katharine Hepburn mostra a têmpera de uma Diva a Cary Grant em Bringing Up Baby.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Hepburn, baby, burn

Este mês é dedicado às Hepburns. Há poucos dogmas na vida: só o de Lisboa nunca ter tido um presidente da Câmara decente e o das únicas duas actrizes que alguma vez interessaram serem as Hepburns.
Mas comecemos pelo início: como entrar de forma adequada. Se acham que conhecem alguém capaz de dizer: "I see that, in addition to your other charms, you have that insolence generated by an inferior upbringing." desta forma, cliquem num linque e ponham-se a andar.



Katharine Hepburn com uma bailarina qualquer em Stage Door.