"Quid Rides? De te fabula narratur." Horácio.

quarta-feira, agosto 31, 2005

Redenção

Roma


De como a HBO se redime do fim com um promissor início à la BBC.
Clap, clap, clap.

terça-feira, agosto 30, 2005

Sitting on the dock of the River

San Fran


Há no mundo uma série de disparates geográficos. Alguns são naturais como, por exemplo, não termos os Pirinéus a separar-nos da Espanha; enquanto outros são causados pelos humanos, tendo como expoentes máximos a existência de Los Angeles e da Fonte da Telha. Mas há, entre as várias barbaridades mapeadas, uma que me irrita profundamente: quem terá sido o iluminado que resolveu colocar as minhas duas cidades a mais de 9 mil quilómetros uma da outra?
Pode parecer um problema trivial, mas imaginem-no nestes termos: o vosso quarto está no Saldanha, a sala em Alcântara, têm de ir cozinhar a Benfica e para ir à casa-de-banho vão a correr aos Olivais. Não é fácil. E o problema principal é que nenhuma das partes é suficiente por si só, falta sempre qualquer coisa que está noutro lado.
Assim sendo, resolvi fazer uma lista das minhas exigências para solucionar o problema. A ordem é irrelevante:

  • Quero um BOM brunch junto à baía ou ao rio seguido de um café DECENTE.
  • Quero as livrarias de bairro de São Francisco em Lisboa em troca de uma Fnac.
  • Quero o Monsanto igual ao Golden Gate Park e o Embarcadero igual a Belém.
  • Quero o "pipoca-free" Monumental em São Francisco ou a Mission no Bairro Alto.
  • Quero trocar o Barreiro por Marin ou Oakland por Sintra.
  • Quero os bimbos de Lisboa e o pessoal dos Hummers de São Francisco mandados para a mesma cidade, de preferência Bruxelas.
  • Quero um castelo numa colina de São Francisco ou uma ilha no Tejo (sem prisão).
  • Quero o sol de Lisboa nas praias de São Francisco ou os golfinhos que andam a nadar em Ocean Beach transferidos para Carcavelos.
  • Quero o vento de Lisboa em São Francisco ou as marinas de São Francisco em Lisboa.
  • Quero a Baixa em North Beach ou a Transamerica Pyramid na José Malhoa.
  • Finalmente, quero blueberry muffins E pastéis de Belém!

sexta-feira, agosto 26, 2005

Registo de Propriedade

SF


Xavier: When you first arrive in a new city, nothing makes sense. Everything's unknown, virgin... After you've lived here, walked these streets, you'll know them inside out. You'll know these people. Once you've lived here, crossed this street 10, 20, 1000 times... it'll belong to you because you've lived there. That was about to happen to me, but I didn't know it yet.

Achocolatado

Wonka


Digo-te mais, não só faz boquinhas à Betty Boop, como ainda me hão-de explicar que tanta gracinha acham a este Marlene-Dietrich-in-Drag-meets-Calimero-on-Meth-Reloaded.

quinta-feira, agosto 25, 2005

The Mex Files VIII

México


Informações absolutamente inúteis ou o que se aprende nos cafés do México:

  • A palavra "gringo" vem da guerra entre os EUA e o México por os soldados americanos estarem sempre a cantar "Green Grow the Lilacs", prova clara de daltonismo.
  • Já "mariachi" é culpa da ocupação em Jalisco e dos "mariages" dos franceses nos quais havia sempre músicos para alegrar a futura infidelidade.
  • Tijuana não tem nada a ver com tia nenhuma, mas também ninguém sabe muito bem o que o vocábulo com origem na língua de uma etnia local quer dizer.
  • Nenhum Estado foi vendido: o Texas pôs-se a andar sozinho através de uma guerra de secessão que venceu; grande parte do que é a Califórnia, o Arizona, o Nevada, o Utah, o Novo México e o Colorado foram cedidos como forma do México pagar aos E.U.A. o custo da guerra entre os dois países (cerca de 15 milhões de dólares).
  • O tabasco não é de Tabasco, é da Louisiana, mas os chihuahuas vêm mesmo de Chihuahua que, curiosamente, é o maior Estado do país.

E, pronto, vou pôr flores no cabelo para me ir sentar ali na doca...

terça-feira, agosto 23, 2005

Ordem!

Protesto!


Mas agora deu-lhes para isto? É do fumo que anda pelos ares do país?
Que história é esta de andarem a fechar blogues?
E a pregar sustos às pessoas com trocas de endereço?
Protesto!

Some Like it Hot - Parte II

E se pegasse na máquina fotográfica em vez de vos estar a contar o que vejo? Foi nisso que pensei este fim-de-semana e aqui está o resultado, um bocado tremido às vezes porque as fotos foram tiradas do carro e o condutor era eu (não imaginam quantas foram para o lixo...).
Kerouac, eat your heart out!



Mexicali


A lindíssima cidade de Mexicali, Baja California com La Rumorosa ao fundo.

Direcção


A Garita II é a fronteira mesmo.

Mexicali
Como diria o Governator, Hasta la vista, baby. Ou melhor, até Segunda-feira.

Usa
Perdón, para que lado fica o império maligno do capitalismo?

Fronteira
A Garita elle-même.

Rede
A rede que impede os gringos de passar para fugir do Bush.

A seca
A seca.

A seca
A seca. Era uma americana gordíssima que esteve meia hora a olhar para o meu passaporte e me perguntou três vezes qual era a minha nacionalidade.

California
Bienvenido a gringolandia.

West
Go West, life is peaceful there.

San Diego
126 milhas são... 100 vezes 1.6... É fazer as contas.

Estrada
É já ali.

Deserto
Are we there yet?

Montanhas
É logo a seguir a estas montanhas.

Rumorosas
Las Rumorosas.

Rumorosas
Estas montanhas são fabulosas.

Rumorosas
A sério, vejam lá bem. São fantásticas.

Rumorosas
Lá ao fundo já é México. Aqui são as Laguna Mountains e não fazem rumores depois do anoitecer para não acordar os cactos que já ameaçaram com processos.

Trânsito
Não é bom sinal, está tudo a vir-se embora.

LA
Lá em cima é o caminho para os anjos.

San Diego
Sim, o semáforo estava encarnado e eu estava sem nada para fazer.

San Diego
A modestíssima auto-intitulada America's Finest City.

San Diego
Bolas, a Marylin já não está.
(Sim, os aldrabões fizeram passar isto por Miami, mas foi aqui mesmo que ela esteve neste filme).


sexta-feira, agosto 19, 2005

À espera...

Ep. 63


Já tenho bilhetes reservados para a primeira fila da televisão do hotel, mas juro que não conto nada.

Some Like it Hot - Parte I

HTML Dog


Atravessar a fronteira é sempre uma aventura. Os muros que separam os dois países e a rede que corre por kilómetros no meio do deserto dão um ar intimidatório ao processo. Além da fila de carros enorme, o facto de se ter um passaporte português com o local de nascimento em Angola provoca curto-circuitos nos guardas-fronteiriços já de si não muito iluminados geográfica e historicamente, como é apanágio dos americanos. Junte-se um ar latino e um nome de Hossé e é garantidinho que se vai directo à Secondary Inspection. Francamente, não sei o que lá fazem. Abro a mala do carro, digo que não, que não outra vez e repito que não a todas as perguntas. Depois, eles vão-se embora com o passaporte e fico ali plantado 20 ou 30 minutos até voltarem de sorriso na cara: Welcome to the United States. E toma lá o passaporte de volta.
Saído de Mexicali e depois de Calexico, começa o deserto de Mojave. Bem, na verdade, estão ambas no deserto, mas engana-nos o verde às custas de canais de irrigação do rio Colorado.
A recta enorme que atravessa o deserto vai em direcção a La Rumorosa uma serra absolutamente fantástica assim chamada no México pelo ruído do vento a passar pelas rochas. As montanhas parecem construções humanas, como se uma criança gigantesca estivesse estado a brincar colocando rochas uma a uma até ter uma montanha. Não se vê nenhuma vegetação, só cactos e rochas e a cada 3 ou 4 quilómetros, uma bandeirinha azul num pau indica a existência de um providencial balde com água para o radiador. Conforme se avança na Interstate 8, por cerca de 100kms e sempre abaixo do nível médio do mar -algo de que os locais se orgulham muito - as montanhas vão ganhando a sua dimensão real e ter de andar no máximo a 100km/h (com cruise control, claro, que não há pachorra para conduzir aqui) é o ideal para ir vendo a paisagem, mas antes de começar a subir a serra ainda tenho de mostrar outra vez o passaporte aos senhores da Border Patrol num dos vários controlos que existem pelas estradas junto à fronteira.




Modelo Ago_PM_Fogos

HTML Dog


Tenho a certeza que esta notícia já está guardada como modelo nos computadores dos órgãos de comunicação:

XX,Agosto, XX

O Primeiro-Ministro/Ministro da Administração Interna (riscar o que não interessa), ______________ ,(inserir nome) visitou hoje o Serviço Nacional de Bombeiros/Local de Incêndio/Vítimas de Fogo (riscar o que não interessa) e aproveitou a ocasião para anunciou o lançamento em Setembro de um novo/moderno/revisto/sofisticado/desta é que vai mesmo ser/ ultra-mega-super-fantástico (riscar o que não interessa) plano de prevenção de incêndios para o próximo Verão.
Anunciou ainda a compra de 250 helicópteros/contratação do Aquaman para o plantel dos Bombeiros/lançamento da primeira pedra da Nova Atlantis no estuário do Tejo/criação de um Serviço Nacional de Maremotos para acabar de vez com este flagelo que não pode continuar a ser ignorado.
O PM/Ministro regressou depois às suas férias.(riscar tudo)

terça-feira, agosto 16, 2005

The MeX Files VII

Vallarta

Space Oddity- Diário de Bordo

Ground Control to Major Quid
Ground Control to Major Quid
Take your protein pills and put your helmet on

Há bichos no aeroporto de Mexicali. Ninguém se parece importar, mas que los hay, los hay. Milhares. Uma mistura de baratas com grilos que invadiu a zona depois da chuva. Não lhes perguntei o nome. Os "cachanillas" - nome dos locais e da planta seca que nos filmes aparece sempre a voar nos desertos - não estão nada preocupados e pisam-nas quando chegam muito perto. Eu estou em cima da cadeira, de cartão de embarque na mão, a rezar para que chegue o avião para Guadalajara.
Ground Control to Major Quid
Commencing countdown, engines on
Check ignition and may God's love be with you
Ten, Nine, Eight, Seven, Six, Five, Four, Three, Two, One, Liftoff

Da janela vejo San Luis de Río Colorado, no Estado de Sonora (fronteira com o Arizona). Um acumulado de casas rodeado pelas dunas do Grande Deserto de Altar ou o primeiro teste para a urbanização da lua.
Acordo e o castanho desapareceu-me todo. Não ficou nada, nem um beigezinho para disfarçar. Só o verde da floresta nas montanhas da Sierra Madre seguido de 182 km2 de Guadalajara num vale.
"This is Ground Control to Major Quid
You've really made the grade
And the papers want to know whose shirts you wear
Now it's time to leave the capsule if you dare"

O aeroporto está cheio de "pochos", os mexicanos que dizem "bye" e "thank you", entre outras pérolas de "Spanglish", que usam chapéus de "cowboy" para não haver dúvidas que saltaram a fronteira e só aqui estão de férias. Pelos vistos, não é um fenómeno exclusivamente luso.
Na fila do embarque para Vallarta, um americano "não-pocho" de t-shirt com a bandeira explica ao amigo que é sempre útil trazer algo que o identifique como americano quando vai para o estrangeiro. Alguém lhe devia explicar que as sandálias com meias já são passaporte suficiente, eu não posso que estou demasiado aterrorizado com o avião a hélice para conseguir falar.
"This is Major Quid to Ground Control
I'm stepping through the door
And I'm floating in a most peculiar way
And the stars look very different today"

Estão a ver a Costa Amalfitana? Não tem nada a ver, nem faço ideia por que razão me lembrei disso. Tem mais a ver com o Rio, mas sem os prédios. Montanhas, verde e praia.
Ah, virei entradiano, só como entradas. Sou contra o sacrifício de pratos completos. Ceviche e guacamole com totopos e estou no céu.
Ground Control to Major Quid
Your circuit's dead, there's something wrong
Can you hear me, Major Quid?
Can you hear me, Major Quid?
Can you hear me, Major Quid?
Can you....

domingo, agosto 14, 2005

The Mex Files VI

Algarve


Levanto-me e vou dar um mergulho ou não me mexo e peco outra margarita?
Decisions, decisions...
P.S. Algum estatístico me calcula, por favor, a probabilidade de uma abelha entrar para dentro da palhinha de uma margarita, vir parar à boca do turista incauto e picar-lhe o lábio por dentro deixando-o com ar de Mursi? Agradecido.

sexta-feira, agosto 12, 2005

The MeX Files V

Chuva


Em Mexicali, o evento da semana - diria mesmo do ano - foi a queda de água dos céus. Nos outros locais do mundo, chama-se chuva. Aqui, dizem que não têm nome porque não sabem o que é. E nota-se que, pelo menos, a Câmara Municipal e os construtores civis locais ignoram completamente o fenómeno: uma chuvada banal em qualquer parte do mundo transformou a cidade numa verdadeira Veneza. O trânsito esteve cortado dois dias, caíram casas, viadutos e telhados de centros comerciais e na Avenida Cataratas del Niágara abriu-se um cratera gigantesca por onde a água caía (juro!) . Houve uma centena de feridos e várias centenas de desalojados. O mais curioso é que, assim que começou a chuva, foi tudo a correr para casa com sacos de plástico na cabeça porque aqui não há guarda-chuvas. Às duas da tarde, já ninguém estava a trabalhar. Aparentemente, chove tão raramente que, quando acontece, há que ir a correr fechar os vidros dos carros, as janelas de casa, pôr plásticos em tudo e mais alguma coisa que normalmente está na rua. Ou então, como me disse um local, para ir explicar aos filhos o que é a chuva:
"La lluvia viene de los angeles que están haciendo pipi"
"De los americanos?"
"No hija, de los que tienen alas".

terça-feira, agosto 09, 2005

V otisnârT mE

EWRSAN


36 horas de viagem.
Como calculam, tenho de ir escrever umas reclamações a companhias aéreas.
Já cá volto quando destilar a irritação toda.

domingo, agosto 07, 2005

VI otisnârT mE

LIS EWR