quarta-feira, janeiro 31, 2007
domingo, janeiro 28, 2007
Celulóide
Este homem é doente.
Este homem é muito doente.
Isto não é um filme, é um vídeo de formação para talhantes.
Este homem é muito doente.
Isto não é um filme, é um vídeo de formação para talhantes.
quinta-feira, janeiro 25, 2007
Asneiras
"Já assisti a muita asneira feita por precipitação. Considero isso uma asneira", diria, a propósito, usando pela segunda vez o mesmo adjectivo para qualificar a iniciativa do deputado socialista.
Com estes exemplos de qualidade, chego a temer o pior quanto às respostas que serão dadas aqui.
Ou então é o TLEBS, já não digo nada...
Ou então é o TLEBS, já não digo nada...
terça-feira, janeiro 16, 2007
De que cor era o tapete?
Não vi a entrega dos prémios, só o tapete vermelho, mas esta senhora ganhou claramente. Pareceu-me ouvir Versace, mas deixo o resto aos críticos da especialidade.
segunda-feira, janeiro 15, 2007
Me escreve, vai! (V)
Post relâmpago sobre a "Entrevista Relâmpago com Pablo Neruda" de Clarice Lispector:
"- Quem é Deus?
- Todos algumas vezes. Nada, sempre."
Raios e coriscos! Se quiser, levo-lhe as cartas.
"- Quem é Deus?
- Todos algumas vezes. Nada, sempre."
Raios e coriscos! Se quiser, levo-lhe as cartas.
domingo, janeiro 14, 2007
Pessoa, o Liberal
"A administração do Estado é o pior de todos os sistemas imagináveis. E de todas as coisas "organizadas", é o Estado, em qualquer parte ou época, a mais mal organizada de todas."
Pessoa como nunca o lemos. Esta e outras pérolas pessoanas publicadas na Revista de Comércio e Contabilidade foram compiladas aqui e mereceram esta semana destaque na imprensa por cá.quinta-feira, janeiro 11, 2007
Me escreve, vai! (IV)
A conversa até não começou mal e achei certa graça à humildade - nada comum no mundo literário - que Érico Veríssimo parecia mostrar quando afirmava não se considerar inovador, nem sequer inteligente. A coisa descambou quando se saiu com esta:
"Concordo com os críticos: não sou profundo. Espero que me desculpem."
Uma coisa é ser modesto ou humilde, outra, completamente diferente, é assumir-se como superficial. Ainda assim, a contragosto, terminei de ler a entrevista e a única conclusão é esta: indesculpável.quarta-feira, janeiro 10, 2007
Me escreve, vai! (III)
Na entrevista seguinte, Clarice conversa com Vinicius que diz duas coisas extraordinárias. A primeira é sobre o amor:
"O amor que constrói para a eternidade é o amor paixão, o mais precário, o mais perigoso e certamente o mais doloroso. Esse amor é o único que tem dimensão de infinito."
A segunda refere-se ao processo criativo:"A alegria não é um sentimento nem uma atmosfera de vida nada criadora. Eu só sei criar na dor e na tristeza."
Ou seja, há que sofrer para amar e há que sofrer para ser criativo. Estou oficialmente deprimido.Wake up and smell the sulphur
Neste glorioso dia em que se dá mais um passo importantíssimo para a revolução bolivariana, fica aqui uma antecipação do que será o debate acerca do chavismo:
- O Chávez quer acabar com o parlamento e poderes especiais para governar por decreto. Deve ser o novo "bolivarianismo iluminado".
- Ele é anti-Bush.
- O Chávez quer mudar a Constituição para se eternizar no poder. O Bolívar acreditava no direito divino?
- Ele é anti-Bush.
- O Chávez cancelou a licença de uma televisão da oposição. Se fosse o Berlusca não havia jornalista histérico que não falasse do assunto.
- Ele é anti-Bush.
- O Chávez quer nacionalizar as empresas para se armar em Robin Hood dos nitrofuranos, entretanto a economia Venezuela é tão patética que só bate o Haiti nas Américas.
- Ele é anti-Bush.
(E como já vimos este filme, já sabemos como vão ser os passos seguintes)
- O Chávez é acusado de fazer desaparecer líderes da oposição.
- Ele é anti-Bush.
- Foram nacinalizados todos os jornais e televisões da Venezuela.
- Ele é anti-Bush.
- Chávez diz que a Amnistia Internacional trabalha para o grande capitalismo e que o relatório foi encomendado pelo Bush.
I'm so vain*
Seja eu,
Seja eu,
Deixa que eu seja eu.
E aceita
O que seja seu.
Então deita e aceita eu.
Molha eu,
Seca eu,
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu.
Anoiteça e amanheça eu.
Beija eu,
Beija eu,
Beija eu, me beija.
Deixa
O que seja ser
Então beba e receba
Meu corpo no seu corpo,
Eu no meu corpo.
Deixa,
Eu me deixo
Anoiteça e amanheça
Beija Eu, Marisa Monte
* I bet I think these kisses are mine.
terça-feira, janeiro 09, 2007
Me escreve, vai! (II)
Abri o livrinho e dei de caras com o senhor aí de cima à conversa com a Clarice, obviamente sobre a escrita. Devo confessar que achei a Clarice um bocadinho bruta nas perguntas (Faça uma crítica dos seus próprios livros.), mas o Jorge não se fica e quando indigado sobre o papel da inspiração, deixa tudo em pratos limpos:
Inspiração? Eu prefiro a palavra vocação: você nasce ou não para escrever, e acabou.
Se alguém pudesse informar o Paulo Coelho...E a "inspiração" não é o único mito romântico que Amado manda pelos ares:
Escrever livros é a minha profissão, e não um hobby, um bico ou uma 'ocupação fundamental...' de fim de semana. Sou, assim, um escritor comercial.
Se houver por aí um pára-quedas para o poeta de Wordsworth...Mas, de longe, a minha afirmação favorita, tem a ver com essa mania de se realizar como se a vida fosse Hollywood:
Quanto a ser realizado, penso que o escritor que um dia se considere realizado, se não for um idiota (e deve ser) tem o dever de deixar de escrever, pois já se realizou.
Se se trocasse "escritor" por "pessoa" e "escrever" por "viver" dava um excelente moto.
segunda-feira, janeiro 08, 2007
Me escreve, vai!
Como bom licenciado em Letras, sou perfeitamente ignorante, especialmente no que se refere à Literatura. Confesso, por isso, publicamente, que não conheço rigorosamente nada de Literatura Brasileira e que nunca me tinha ocorrido que alguém chamado Clarice Lispector não fosse prima direita da outra do "Silêncio dos Inocentes".
Salva-me, no entanto, o que poderia chamar de curiosidade intelectual - embora na maior parte das vezes não passe de tédio em centros comerciais à espera de alguém ou de um filme - que me faz entrar em livrarias. Gosto de ver capas, admito, embora já não haja pachorra para a obsessão dos editores com o Klimt, mas também acabo sempre por comprar qualquer coisa, com a melhor das intenções, para engrossar o backlog lá de casa que, indicam os últimos estudos, já chega a 2025 se se garantir uma produtividade constante de 150%, o que, infelizmente, não poderá ser o caso porque ainda tenho de trabalhar.
Estava eu ontem no Kinoplex Itaim à espera para ir ver isto (don't ask. Sim, aqui, no Verão, também não há nada de jeito no cinema.) quando dei comigo deambulando pela Saraiva. Em primeiro lugar, deixe-me dizer-vos desde já que nunca vi espíritos tão literários como os brasileiros. A quantidade de livros "ditados" pelos falecidos a redactores incautos que existe neste país é perfeitamente de pasmar. Ainda não consegui averiguar quem é que fica com os royalties, mas presumo que, afastados do materialismo terreno, os autores abdiquem da sua parte em favor dos emissários. Só lhes fica bem.
Como devo admitir que sou um bocadinho conservador nessas coisas, fui à procura de um livro cujo autor tivesse tido tempo de escrever antes de morrer e foi aí que dei de caras - ou de lombada - com a Clarice. Como não a conheço de lado nenhum, que as coisas são mesmo assim, achei que seria adequado começarmos por umas conversas e trouxe para casa este livrinho que me permite jogar pelo seguro - e se ela for chata? - e trazer também o Tom Jobim, o Caetano, o Vinicius, etc. Como saltou descaradamente o backlog, há-de aparecer por aqui não tarda.