O Estado do Estado
O Estado cobra-me por ter casa e, quando troco de casa, o Estado dá-me um ultimato de 60 dias para pedir isenção do imposto que me cobra por ter uma casa que comprei com o dinheiro que me sobrou depois do Estado me ter tirado uma parte dos meus rendimentos sabe Deus para que inutilidades. Eu cumpro o que o Estado me disse porque se não o Estado manda-me prender e antes dos 60 dias peço a isenção.
Oito meses depois o Estado informa-me que tenho de pagar um imposto pelas duas casas: a anterior e a nova. E o pedido de isenção? O Estado em oito meses ainda não teve tempo de processar o pedido que eu tive de entregar em menos de 60 dias - ou ia para a prisão.
Confrontado com o absurdo, o Estado diz-me para não me preocupar, que tem tudo a ver com a eficiência e seriedade do Estado na avaliação das casas e para pagar - se não vou preso. O Estado depois logo me devolve o excesso. O Estado não conhece o valor temporal do dinheiro e não mo vai devolver com os juros correspondentes. O Estado não conhece o custo do trabalho ou não faria dois processamentos fora de prazo quando podia fazer só um e evitar um segundo. O Estado é sério? Ou seriamente inútil?
Para garantir a sobrevivência do sorvedouro que é o Estado e para garantir os 150 mil novos empregos aqui fica uma sugestão: basta processar os pedidos ainda mais vezes: o contribuinte faz o pedido, espera-se até vencer, o contribuinte paga, o Estado devolve mas considera só o período entre o pedido e o vencimento, o contribuinte reclama, o Estado analisa e repete a cobrança enquanto espera, o contribuinte paga, etc...