"Quid Rides? De te fabula narratur." Horácio.

quinta-feira, junho 22, 2006

A Vida, o Amor e as Vacas II


Peter's


- O avião está a aterrar ao lado de uma montanha no meio das nuvens no Atlântico.
- A Horta é pura tortura para um marinheiro de água doce como eu. Estive quase, quase, quase a pedir boleia a alguém para algum lado num veleiro.
- No Canal, ao contrário da publicidade enganosa, o tempo estava óptimo quando o cruzei para o Pico.
- A senhora do rent-a-car na Madalena achou que era boa ideia dar-me um carro encarnado. Não sei se foi por isso, mas estive mais de meia hora parado no meio de uma manada na subida para o Pico a rezar para que as vacas açoreanas já tivessem visto o L-Word e não andassem com machos atrás. As meninas lá acabaram por libertar a estrada, mas mesmo assim vinguei-me e jantei um bife de uma prima.
- Acredito que a caldeira do Faial seja linda. Eu só vi nuvens. Já o Vulcão dos Capelinhos é outra conversa, deu-me uma vontade irresistível de voltar para o continente.
- Afirmo eu que Porto Pim é lindíssimo, mesmo sem a mulher.
- As baleias foram todas ver o Mundial.
- Um gin tónico ao pôr-do-sol no Peter's porque às vezes é preciso ir by the book.
- Vou ali para outra ilha, já cá venho.

P.S. A selecção livrou-me dos e-mails dos chatos mexicanos que, de repente, ficaram caladinhos.
P.S.2 É impressão minha ou a nossa selecção anda muito beijoqueira?

segunda-feira, junho 19, 2006

A Vida, o Amor e as Vacas

Pico


Todos os Verões se repetia o ritual: as férias dividiam-se entre a parte boa - na praia - e os dias de sacrifício semi-amuado. De forma metódica, os meus pais decidiram que tínhamos de conhecer todas as capitais de distrito do país e que as férias serviam para isso mesmo. Um ano subia-se ao Bom Jesus, no ano seguinte tocava a Feira de São Mateus e, noutro ano ainda, o Portugal dos Pequeninos. Calculo que não deve ter sido fácil mostrar o Zimbório a três adolescentes entediados a vociferar contra a existência de demasiadas igrejas no país, mas os meus pais mantiveram-se fiéis ao plano e, quando entrei para a universidade, só me faltava Bragança porque me escapei da viagem com baixa médica.
Já corrigi essa falha, pelo que as 18 capitais do continente pertencem à categoria been there, done that. Ainda assim, ficaram a faltar as 4 insulares o que, claramente por deformação genética, nunca me saiu da mente como uma nódoa inaceitável no meu conhecimento da nação. Mas as prioridades de viagens têm sido outras e os Açores e a Madeira acabaram sempre preteridos por proximidade até esta semana em que, finalmente, vou de férias.
Com o claríssimo objectivo de não fazer rigorosamente nada preparava-me para partir para Cabo Verde, mas a NATO resolveu ocupar todos os hotéis do país até ao final do mês com exercícios militares pelo que presumo que, nos sete anos desde que saí da tropa, a história da profissionalização está a ser levada a sério e o conceito de semana de campo se alterou substancialmente. Obviamente, tive de cancelar a viagem. Recusei-me, no entanto, a abandonar o propósito da ausência total de propósito nestas férias e acabei no voo para os Açores, onde os americanos têm uma ilha só para eles e não ocupam os hotéis de ninguém. E ainda reduzo o meu handicap em capitais de distrito nuns espantosos 50% com visitas à Horta e a Ponta Delgada, o que muito agradará aos meus progenitores.
Tendo em conta os altos níveis de stress que espero encontrar ao aterrar, presumo que terei tempo de vos vir falar da vida, do amor e das vacas bem como das várias igrejas que houver para visitar.


quarta-feira, junho 07, 2006

Por qué me encanta Mujeres Desesperadas (r)


Utero

"Tú me ves como un útero con tacones."


Gabrielle, até en versión doblada, tem graça.