The MeX Files II
Mexicali International Airport, Mexicali, B.C, Mexico, 16:00 PST, 47ºC
Segurança burrito style: a mala passa pelo raio-x, mas para as pessoas não há detector de metais. Obviamente, toda a gente viaja com as bombas na mala, porque não cabem nos bolsos. Depois do raio-x pergunto onde é a zona de fumadores. Dizem-me que tenho de voltar a sair com a mala, mas que não me preocupe: quando voltar do cigarrinho não tenho de voltar a passar a mala pelo raio-x porque já passei.
17:00 PST
A menina da Mexicana de Aviación anuncia no alta-voz que quer que lhe entreguem os cartões de embarque. Quando me tento levantar para lho ir levar, o meu colega - mexicano - diz que leva o meu, que escusamos de ir os dois e que não, não precisa do meu passaporte. Põe-se na bicha, entrega os dois e volta dizendo: no hay terroristas en México.
Nesta altura eu posso ter trocado de mala e até já posso não ser eu, mas no pasa nada.
17:45 PST
Descolagem em direcção ao Mar de Cortés aka Golfo da Califórnia, segundo o piloto para fugir aos efeitos do furacão que ainda por aqui andam.
22:45 CST
Meio a dormir, espreito pela janela e dou de caras com 59 Lisboas ou 40 Paris ou 4 Los Angeles ou 2 Tóquios: mais de 4000 km2 de luzes que iluminam ninguém sabe muito bem quantas almas - oficialmente uns 22 milhões. Alguém decidiu que era boa ideia plantar o aeroporto no meio, pelo que não consegui perceber se íamos aterrar na pista ou numa das avenidas gigantescas que o ladeam.
Benito Juaréz International Airport, D.F., México, 23:20 CST, 15ºC
O piloto acertou. Entretanto, perdi 32 graus no avião. Aparentemente, não se podem apanhar os táxis normais quando se tem cara de estrangeiro pelo que a minha falta de sangue azteca me condena a um táxi privado. Obviamente, os 22 milhões andam todos de carro e compraram as cartas no mesmo sítio que o taxista.
Paseo de la Reforma, México, D.F., México
O anjo aí de cima está a espreitar na minha janela. Os mariachis mudaram-se para o bar lá de baixo e só aceitam gorjetas em dólares.
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