CuSCUTas
cuscuta
do Ár. kuskut
s. f.,
género de convolvuláceas parasitas.
A história não é nova. Cada vez que se fala nas SCUT saltam as "cuscutas" nacionais - geralmente alojadas nas Câmaras onde se dão muito bem desde que não tenham luz directa. Os argumentos não variam grandemente:
a) O imenso interior
O primeiro é o choradinho da discriminação positiva. A famosa interioridade de que só as nossas cidades - curiosamente mais perto do mar - parecem sofrer. O argumento é mau por uma série de razões:
não é coerente a nível nacional - as auto-estradas do Alentejo são pagas;
foi utilizado, por exemplo, pelo Oeste que, além de pouco interior, pelo menos tem auto-estradas (ao contrário de Trás-os-Montes);
a discriminar-se positivamente de acordo com o PIB só se paga em Lisboa e Vale do Tejo; ou seja os cidadãos desta região pagam duas vezes: directa e indirectamente;
não é gratuitidade das auto-estradas que leva ao desenvolvimento, é a miopia dos autarcas locais que o impede. Basta olhar para qualquer outro país europeu para ver que algumas das cidades mais desenvolvidas estão precisamente no interior e que as auto-estradas pagas nunca as impediram de se desenvolver.
b) O luxo
O segundo argumento é o das alternativas. De repente somos finos, já não nos basta uma auto-estrada, são necessárias duas - as nacionais não são alternativas - para se poder pôr portagens numa delas. O caso de Ponte de Lima é evidente: o IP9 e o IC1 não chegam e têm de ser as duas grátis. Quantas serão precisas u quantas vale um queijo?
A regra parece-me simples: todas têm de ser pagas. As discriminações, a fazerem-se, devem ser feitas directamente aos utilizadores que delas beneficiem. Ou seja, uma empresa de transportes da Guarda poderia deduzir nos impostos os custos de portagens caso se considerasse adequado. Um cidadão de Braga com rendimentos iguais ou superiores a um de Lisboa que vai para o emprego de carro e usa a auto-estrada, deve pagar para não termos mais uma praga de cuscutas que acabem por matar as anfitriãs.
<< Home