País de Poetas
-Ora adeus!-exclamou Maurício-é justamente o que me não roubaria um momento de attenção. Não te estou a dizer que para mim o que há de insuportável no campo é a gente que o habita, a vida que nele se passa? Faz pena ver que espécie de contempladores tem a natureza para estas maravilhas. A indiferença com que estes selvagens encaram tudo isto! Repara, vê aquele labrego passar lá em baixo na ponte; olha lá se ele desvia a cabeça para algum dos lados, ou se pára um momento para gozar do belo espectáculo que dali observa. Olha para aquilo! Selvagem!
(...)
- O que torna os lavradores poéticos é a inconsciência com que eles o são.
-Vistos de longe. Pelo menos concorda nisto; vistos de longe, e de muito longe.
Diálogo entre Maurício e Jorge
Os fidalgos da Casa Mourisca, Júlio Dinis
Os fidalgos da Casa Mourisca, Júlio Dinis
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