Às armas

Acerca das eleições no Afeganistão, escreve-se o seguinte no"Barnabé":
"O que se está a fazer no Afeganistão é uma mentira. Não resultará nem durará. O que o Ocidente tem de fazer é apoiar as forças democráticas que existam no terreno (e que são ultra-minoritárias), que se batem pelos direitos humanos, e não reforçar os elementos que porão, à primeira oportunidade, a liberdade e a paz em perigo. Deixar aos afegãos a luta interna pela democracia.
Demorará mais tempo? Sim. Os democratas poderão ser derrotados? Muito provavelmente. Custará sangue e instabilidade? Não duvido. Mas só assim haverá realmente democracia. O resto, é para ocidental ver."

Resumindo, a teoria de base é que a democracia no mundo ocidental demorou séculos para ser atingida e que os outros também têm direito a sofrer séculos de vida na Idade Média até a conquistarem, com talibãs equivalentes à Santa Inquisição e tudo. Não temos nada que ajudar essa mudança a não ser através de uns obscuros apoios a "forças democráticas ultra-minoritárias". Presumo que também não teremos nada a ver com o sangue que possa existir e não nos venham pedir ajudas humanitárias porque nós também não as tivemos quando lutámos pela democracia. E se se armarem em otomanos ou mouros e quiserem entrar pela Europa, levam outra vez como no passado.Se quiserem atacar os vizinhos, eles que se defendam! Ah e façam-nos o favor de não nos aparecer esventrados e esfomeados na televisão porque queremos é ver a quinta.
É tão bonita a solidariedade da esquerda para com os povos oprimidos.